"Nem todos estão à vontade com a ideia de que a política é um vício. Mas é. Eles são viciados e mentem e enganam e roubam como fazem todos os junkies." - Hunter Stockton Thompson

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Parvos que Somos!


A música dos Deolinda "Parva que Sou" tornou-se muito rapidamente num símbolo icónico de música de Intervenção, provavelmente por uma geração sedenta de (boas) referências e também, claro, pela força das circunstâncias, a conjuntura bastante (des)favorável na qual o País se encontra. Assim de repente, não me recordo de um movimento tão intenso em redor de uma música, nos últimos 20/30 anos. Talvez seja conveniente eu referir que a veia artística não é beliscada nem é retirado mérito aos autores do tema. Mas, se a melodia até poderia tornar-se num hino ou dar o mote para uma coisa qualquer mais substancial, de relevo, esqueci-me que estou em Portugal, rodeado de portugueses. Aqui, o conservadorismo convive frequentemente com a burocracia e a teoria, que por sua vez, são parentes relativamente próximas da  santíssima ignorância! Talvez me esteja a tornar confuso, apenas para dizer que este tema dos Deolinda corre o risco de se gastar tão rapidamente quão se tornou popular. Qualquer motivo serve para falar da música ou dos próprios Deolinda. Tudo e todos se servem para utilizar e esmiuçar até à exaustão. Esgota-se o tema. Na minha opinião, já começa a cheirar a decomposição, a intoxicar! Ficamo-nos sempre pelas construções teóricas. Somos do mesmo sangue da geração "chiclete": mastiga e deita fora! Espero que em breve não nos tenhamos esquecido do "Parva que Sou".

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