"Nem todos estão à vontade com a ideia de que a política é um vício. Mas é. Eles são viciados e mentem e enganam e roubam como fazem todos os junkies." - Hunter Stockton Thompson

quinta-feira, 16 de junho de 2011

nojo cor-de-rosa

Não sou nada apologista do copy paste mas, a crónica de ontem do Hugo Gonçalves no jornal i, intitulada "Lixo Porco", merece ser copiada. É verdade que todos os dias somos bombardeados pela imprensa cor-de-rosa, que nos invade e incomoda, que entra sem pedir licença despejando merda a rodos que cheira tão mal como uma ETAR. Os responsáveis, são uns escroques , uns trastes oportunistas, exploradores das fraquezas e das desgraças alheias. Deviam pagar bem caro pela imundice e javardice que mandam publicar. O mais triste de tudo, é que se constata que esta imprensa escabrosa tem seguidores, fiéis pobrezinhos de espírito que, provavelmente, estão ávidos por esquecer os seus próprios problemas, e que alimentam o nojo cor-de-rosa. Se adicionarmos ainda a esta coisa, a deficiente programação televisiva, que é de vómitos, não existem nenhuns limites para o obsceno! Aqui fica, na íntegra, a crónica de Hugo Gonçalves no i:


"Lixo Porco"
"Por todo o país há esse lixo cheio de bactérias, despudor e mentira, comercializado em capas de revistas que gritam títulos imundos: "Sónia Brazão morte anunciada. Todos os pormenores do horror para sobreviver." Estas revistas defendem o direito ao jornalismo da emoção (?), como quem acena ao leitor com um acidente de carro na auto-estrada. E se o Cristiano Ronaldo passou, em algum momento da sua vida, nessa estrada, melhor ainda. Faz-se logo uma chamada de capa. Até o novo primeiro-ministro foi embrulhado neste papel colorido e mal cheiroso: "Ele comeu do lixo. Irmão com paralisia." O que estas publicações têm feito com a história da actriz Sónia Brazão, vítima de uma explosão, é tão pulha que causa náuseas. Nestas revistas, além da indecência, mente-se muito, exagera-se e explora-se a tragédia como quem vende farturas. Não se trata apenas da invasão da privacidade, trata-se de fazer da vida dos outros um produto sujo, muitas vezes ficcionado. Lixo, já se sabe, haverá sempre. Mas os responsáveis por estas revistas deviam pagar pelo lixo que produzem (e os jornalistas deviam meter a mão na cabeça, contestar ordens, dizer que não). Em Inglaterra, onde há tanto lixo mediático, quem mente paga bem. O "News of the World" já largou 100 mil libras por publicar fotos não autorizadas de Sienna Miller. Se vamos a um restaurante e a comida está estragada, reclamamos. Se compramos uma camisa e tem defeito, vamos trocar. Devíamos fazer o mesmo com este lixo de papel. Tanta árvore assassinada para produzir apenas, e tão só, merda cor-de-rosa."

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