"Nem todos estão à vontade com a ideia de que a política é um vício. Mas é. Eles são viciados e mentem e enganam e roubam como fazem todos os junkies." - Hunter Stockton Thompson

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Balanço (político) de 2011

Chegamos ao fim deste ano em lenta asfixia e agonia e à espera do "incógnito" que 2012 nos trará, com uma terrível angústia e ansiedade. Logo no início deste ano que agora finda, foi eleito para um segundo mandato como presidente desta República um indivíduo que foi o responsável, o principal catalisador e impulsionador, aquando do seu reinado como primeiro-ministro de Portugal há cerca de 25 anos, da degradação de grande parte desta sociedade, que tem como reflexo nos presentes dias e num futuro próximo e de longa duração a tripla crise (económica, financeira e social) que atravessamos, com os já conhecidos e os ainda por conhecer efeitos nefastos que daí resultam. Como se as coisas não fossem já graves com um Presidente da República que foge das questões importantes e graves do País, tentando passar uma imagem de low-profile, mas que, na minha opinião, fazem de Cavaco Silva uma mera figura de corpo presente, vazio de conteúdos e ideias. Como se já não bastasse, dizia eu, há cerca de seis meses atrás (com a caída de outro "monstro" de má memória para os portugueses) houve a necessidade de eleições legislativas antecipadas e, eis que o sonho de Sá Carneiro se materializou com a chegada de Passos Coelho/PSD ao poder. Daí para cá, e depois do conhecimento mais aprofundado do estado da nação por parte do Governo, o FMI e a sua troika tiveram de intervir em Portugal com os seus muitos mil milhões, impondo as suas dolorosas contrapartidas, que o governo português imediatamente se apressou a cobrar do trabalhador-contribuinte num extenso e exemplarmente exagerado plano de austeridade, que não passa de contínuas versões actualizadas dos PEC´s, castigando e fustigando o povo com medidas como se fosse ele o responsável pelo desgoverno de décadas empreendido no País.
Não sei o que o amanhã nos vai trazer, mas desconfio na totalidade que coisa boa não será! As convulsões políticas e partidárias que não ajudam a serenar nem a tranquilizar absolutamente nada, a ignorância e a falta de nexo dos políticos, a híper-instabilidade e insegurança, a continuação do aumento do desemprego, o aumento assustador da criminalidade, as injustiças, a pobreza, são alguns exemplos de cenários mais que prováveis para o 2012 que se avizinha. A ligeireza com que as leis são feitas e aprovadas, a desumanização que este Governo e seus pares cultivam, provocam-me medo. Mas, continuarei a lutar.

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