"Nem todos estão à vontade com a ideia de que a política é um vício. Mas é. Eles são viciados e mentem e enganam e roubam como fazem todos os junkies." - Hunter Stockton Thompson

domingo, 13 de março de 2011

O dia seguinte ao Sobressalto Cívico

"E o Povo, pá?"

As condições estavam reunidas: A nação está à rasca, a Manifestação estava marcada e com sinais de uma adesão forte e relevante. Uns dias antes, na tomada de posse, Cavaco Silva tinha feito um discurso de circunstância, calculista e altamente estratégico, devido à conjuntura. A cereja no topo do bolo foi o anúncio do PEC IV, no dia anterior ao dia do protesto, com os seus ingredientes a revelarem a chacina que este Governo está a fazer ao Estado Social e a acentuar ainda mais a dependência a Bruxelas - tudo o que é decidido em relação ao país são os outros que decidem e este Governo limita-se a obedecer (o FMI nem precisa de cá vir)…
Tudo a postos, a malta compareceu em massa e juntou-se para confraternizar, berraram-se umas palavras de ordem, cantaram e tocaram umas músicas de reportório "interventivo". No caso de Lisboa, desceu-se a Avenida num ritmo a raiar o carnavalesco polvilhado de episódios de alguma imaturidade e desembocou-se no Rossio e… então e agora, pá??? (Se calhar ainda é cedo para perguntar).

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito. Muito bem escrito, principalmente carregado de razão, na mouche.

vox disse...

Agradeço o elogio. Gostava de não ter razão... Do que é que me serve? Ou do que (nos) serve?
Em relação a este Governo, ou começam a ter respeito pelo "povo", a haver seriedade e honestidade (e se calhar estou a ser um bocadinho naif) ou então as manif´s não podem continuar a ser tão pacíficas... Têm inevitavelmente de endurecer!